Gandini dialoga com funcionários de mineradora: “Não adianta falarmos de inovação se não cuidarmos de quem mais sofre com a poluição.”
Presidente da Comissão de Meio Ambiente pede novas medidas de proteção e monitoramento da qualidade do ar dentro das empresas.
Durante reunião da Comissão de Proteção ao Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, o presidente do colegiado, o deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), levantou um ponto crucial no debate sobre poluição do ar: a necessidade de maior atenção à saúde dos trabalhadores das mineradoras.
“O funcionário é o principal afetado. Ele está ali dentro, o dia inteiro. E não há medição do ar dentro das empresas por parte do Iema. Eles mesmos fazem esse controle! Inclusive, a própria indústria reconhece que há uma tolerância diferente dentro e fora da empresa. E eu pergunto: como ficam esses trabalhadores?”, questionou Gandini, na reunião realizada na última terça-feira (13).
Segundo o parlamentar, é urgente que, se novos Termos de Compromisso Ambiental (TCAs) forem elaborados, como defende o deputado, eles têm de considerar esse público vulnerável, que muitas vezes é esquecido nas políticas de mitigação da poluição.
“Se há mesmo uma redução nas emissões, como dizem, isso precisa refletir na qualidade de vida dos funcionários dessas empresas. Não podemos continuar fechando os olhos para quem está lá dentro, respirando essas partículas todos os dias”, reforçou.
A reunião foi marcada pela apresentação da tecnologia indiana Pure Skies, que promete eficiência de até 70% na redução da concentração de partículas no ar. No encontro da Comissão de Meio Ambiente realizado em abril, foram discutidas outras ações já implementadas, como canhões de névoa, enclausuramento e windfences (barreiras de vento). Mas, para Gandini, a pauta não pode se resumir à tecnologia: “Não adianta falarmos de inovação se não cuidarmos de quem mais sofre com a poluição”.
Gandini defendeu que o Ministério Público, o governo do Estado e a Assembleia Legislativa avancem na construção de novos compromissos ambientais, com foco não apenas na comunidade externa, mas também no ambiente de trabalho dos operários da indústria pesada.
“O funcionário é morador da cidade. Então, assim, eu fico pensando no funcionário dessas empresas e como eles são afetados por essas partículas de poluição. Se uma nova tecnologia tem eficiência comprovada, isso é relevante para os funcionários dessas empresas terem melhor qualidade de vida. Funcionário também precisa respirar com dignidade”, defendeu.