O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), respondeu nesta quinta-feira (21) às críticas feitas por parlamentares bolsonaristas após ter dado voto favorável à condenação do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Na quarta (20), Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado, por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e a instituições como o próprio Supremo.
No julgamento, oito ministros acompanharam integralmente o relator da ação, Alexandre de Moraes.
André Mendonça também votou pela condenação de Silveira mas divergiu de Moraes em relação à pena: ele defendeu que o parlamentar fosse condenado a dois anos e quatro meses, em regime aberto.
Mendonça é um dos dois ministros do Supremo indicados pelo presidente Jair Bolsonaro. O outro, Nunes Marques, foi o único que votou pela absolvição de Daniel Silveira.
Em resposta às criticas de aliados do presidente Jair Bolsonaro, o ministro André Mendonça escreveu em uma rede social:
“Diante das várias manifestações sobre o meu voto ontem, sinto-me no dever de esclarecer que: [a] como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e [b] como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja.”
Mendonça continua e diz ter convicção de ter feito “o correto” no julgamento de quarta:
“Há formas e formas de se fazerem as coisas. E é preciso se separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto.”
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), uma das mais próximas aliadas do presidente Jair Bolsonaro na Câmara, fez uma série de publicações sobre o julgamento no Supremo. Em uma delas, escreveu: “Quem diria que Kassio Nunes acertaria e André Mendonça erraria tanto”.
O deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), crítico do processo contra Daniel Silveira, escreveu em uma rede social, na quarta, após a condenação do deputado pelo STF: “Terrivelmente decepcionante!”.