Notas de dinheiro falsas fabricadas no município de Vitória tiveram sua circulação em outros 10 estados do país. O fabricante foi apreendido na manhã desta segunda-feira (2) dentro de casa, onde fabricava e armazenava as cédulas. No local foram encontrados R$ 190 mil em notas falsas. Segundo a PF, o falsificador espalhou pelo país 3 milhões de cédulas em 12 meses.
A ‘Operação Marduque’, tem o objetivo de combater crime de fabricação e venda de moeda falsa por intermédio do aplicativo WhatsApp para compradores em diversos Estados da Federação. A plataforma digital assim como o Facebook servia como meio de divulgação das notas.
A Polícia Federal preferiu não identificar o suspeito, que já atuava na área há 12 anos e nunca havia sido preso. “A capacidade que ele teve de produzir essas cédulas por tanto tempo sem ser identificado, é porque usou vários nomes falsos. Foram os dados fictícios que dificultaram a encontrar”, ressalta o Chefe da Delegacia de Combate a Crimes Fazendários (Delefaz), Leonardo Rabello Feyo.
O delegado explica que passa de crime de estelionato para crime de moeda falsa, a partir do momento em que a cédula engana os outros. “Essas moedas circulam no mercado, até o momento em que um comerciante percebe que é falsa”, afirma.
“Existem melhores, mas a nota era capaz de enganar”, afirma Rabello sobre as notas fabricadas no Espírito Santo.
O fabricante que, de acordo com a PF, vivia exclusivamente para esse fim, enviada as cédulas para 10 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Maranhão, Goiânia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal.
“Ele preferia enviar para outros estados, a fim de minimizar o risco de identificarem a origem das moedas”, afirma o delegado.
O suspeito, inclusive, planejava se mudar para Brasília e contratar um ajudante com direito a salário mensal, com o intuito de expandir o negócio.
A operação contou com a participação de 17 Policiais Federais, sendo realizado o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas residências dos investigados nos Municípios de Vitória e Viana.
No transcorrer do cumprimento foi localizada grande quantidade de cédulas falsas no domicílio do investigado preso preventivamente, resultando também na sua prisão em flagrante, uma vez que tal conduta configurou o crime de ter a guarda disposta no parágrafo 1º do art.289 do Código Penal Brasileiro. Houve também a apreensão de equipamentos utilizados para falsificação, bem como equipamentos de mídia em geral.
Entenda o caso
A investigação do esquema de falsificação de cédulas de real partiu de notícia crime apresentada pelos Correios em virtude da interceptação de objetos postados em Vitória para diversos Estados contendo em seu interior as cédulas falsas de reais e postadas por um mesmo remetente que se utilizava de nome falso. O investigado se utilizava de grupos de Whatsapp para a venda das cédulas em diversos Estados do Brasil.
Em outro caso investigado na Operação o investigado usava as cédulas falsas para compra de produtos anunciados em site de anúncio de vendas de produtos no Espírito Santo.
Do nome
Marduque foi o pseudônimo utilizado pelo principal investigado na prática dos crimes de modo irônico, uma vez que significa deus protetor da cidade da Babilónia, pertencente a uma geração tardia de deuses da antiga Mesopotâmia, como também um nome utilizado como vilão em um game.