Não bastasse a tristeza pelo diagnóstico positivo para HIV, um aluno de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), de 26 anos, passou pelo constrangimento de ter o resultado divulgado por outros dois alunos para colegas da instituição.
Após sindicância, a Ufes decidiu afastar os dois acusados.
Em nota, a universidade informou que “após o cumprimento de todos os trâmites administrativos, a sindicância foi concluída com a aplicação de pena de suspensão de 60 dias para um dos estudantes acusados, e de 90 dias para o outro. Os fatos começaram a ser apurados em novembro de 2018. A suspensão está em vigência”.
A vítima contou que descobriu a doença em 2017. “Depois de uma gripe, procurei ajuda dos meus professores, que me prescreveram diversos exames. Foi aí que descobri o HIV”, contou.
O estudante revelou que os acusados tiveram acesso aos resultados dos seus exames quando realizaram um estágio no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam) e decidiram buscar informações de colegas da turma no sistema.
O universitário lembrou que, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, no ano passado, soube por amigos próximos que os colegas estagiários haviam informado que tinham uma “revelação bombástica” para contar sobre um aluno da turma.
“Foi então que comecei a questionar, até descobrir que se tratava de mim. Reuni testemunhas, conversei pessoalmente com os dois (acusados) e decidi fazer uma denúncia na Ouvidoria da universidade, no início de novembro do ano passado”, destacou.
“Não gostaria que fossem expulsos, porque há um investimento grande na carreira em jogo, mas esperava que fossem suspensos por pelo menos um ano para que refletissem sobre o que fizeram. Só me questiono como esses futuros profissionais vão entrar no mercado sem saber o que é respeito pelos pacientes”, ponderou.
A vítima lembrou que chegou a desenvolver um quadro de depressão e ansiedade por causa da situação, mas disse que tem recebido apoio de colegas e professores. “Todos repudiaram a atitude deles, que não representa os princípios da Medicina”.
Agora, o estudante vai ingressar com ação na Justiça com pedido de indenização por danos morais e à honra.
Muito boa a decisao3 tomada ,realmente que profissionais serão tendo essa atitude ,falta de ética,de respeito ,não teve solidariedade ,presisam crescer muitooo para ser um profissinal de resposabilidade …