O ano de 2018 foi considerado excepcional no ponto de vista climatológico para a agricultura capixaba. Nele o Estado teve recordes de produção em culturas, como café, diferentemente deste ano, que começou com altas temperaturas e pouca chuva no primeiro trimestre. Afetando, sobretudo, o ramo da oleicultura e a produção de alimentos como feijão e milho, mais dependentes dos fatores climáticos.
Por outro lado, a tendência da produção de frutas no Estado é crescer em 2019. A projeção é de um crescimento de 2,7% na fruticultura capixaba, chegando a 1.139.224 toneladas, 30 mil a mais do que em 2018, de acordo com dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-LSPA).
As frutas que estão entre as mais produzidas no Espírito Santo e que terão um peso maior nessa diferença serão o mamão e o cacau. A área colhida do mamão tende a aumentar 5,5%, crescendo para 6.837 hectares e a produção da fruta deve aumentar na ordem de 14%, chegando a 402.680 toneladas, quase 50 mil toneladas a mais do que ano passado. Já a perspectiva para o cacau é de a produção ter um aumento 7,6% e a área colhida aumentar em 1,6%.
A banana, que representa a maior produção de frutas no Espírito Santo, terá uma diminuição na produção de 3,7%, representando menos 15 toneladas produzidas em relação a 2018. “A banana tem sofrido com preço muito baixo em função da oferta. Assim o produtor diminui um pouco de trato na cultura, levando a queda na produção. O mamão, há um tempo, tem tido o preço um pouco maior, então os produtores investem mais e produzem mais. E a produção varia também de acordo com clima”, afirma o diretor técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Nilson Araújo.
Ele explica que o trato cultural é todo o manejo envolvido na atividade durante o ciclo da cultura, que inclui aplicação de adubo, pulverização de doenças, dentre outras ações. O coco, outro produto representativo na fruticultura capixaba, também deverá ter uma perda de 2% na produção, o que representa cerca de três mil toneladas a menos este ano.
Oleicultura
As altas temperaturas e a pouca chuva do início do ano têm afetado a agropecuária e itens relacionados à oleicultura, como couve e alface, além da produção de alimentos (como feijão e milho) e de especiarias (incluindo a pimenta do reino). Em todos estes itens, haverá crescimento da área colhida mas, em virtude do fator climático, a produção não aumentará proporcionalmente à área.
“A agricultura é uma indústria a céu aberto. Na indústria você consegue controlar, mas na agricultura, por mais que tente fazer de tudo, às intempéries climáticas repercutem mais ou menos na produtividade”, explica o diretor técnico do Incaper.