A Polícia Federal no Espírito Santo (PF-ES), em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, deflagrou, na manhã desta terça-feira (13), duas operações para combater crimes contra o sistema financeiro no estado.
Durante as operações “Arcano” e “Masqué II”, foram cumpridos um mandado de prisão e cinco de busca e apreensão em Vitória, em endereços residenciais e comerciais de proprietários e pessoas ligadas às empresas investigadas.
As duas operações têm relação com fraudes de empresários com o comércio exterior. Foram apreendidos carros de luxo, joias e vários equipamentos de mídia.
De acordo com a Polícia Federal, os investigados realizavam remessas para fora do país através do pagamento de documentos fraudulentos de câmbio. Após um período atuando dessa forma, as empresas eram abandonadas e substituídas por outras, que davam continuidade ao esquema.
Operação ‘Arcano’
Na operação “Arcano”, a PF apurou a participação de empresas capixabas no crime de evasão de divisas por importação fraudulenta, com possível contratação de câmbio utilizando documentação falsa e remessas na modalidade conhecida como “dólar-cabo”.
As empresas envolvidas nessas fraudes eram registradas em nomes de outras pessoas. Segundo a PF, essa era uma tentativa de esconder a verdadeira identidade dos empresários que comandavam o esquema criminoso.
Desde 2011, o grupo investigado teria usado ao menos sete empresas diferentes para fazer a fraude. Apenas entre os anos de 2015 e 2017, uma das empresas alvo enviou para fora do país cerca de R$ 65 milhões.
Operação ‘Masqué II’
A Operação “Masqué II” é uma continuação da operação deflagrada pela PF em agosto de 2019 e investiga lavagem de dinheiro, especialmente na compra de imóveis, embarcações e veículos em nome de terceiros, além de empréstimos feitos fora do mercado formal.
A Operação “Masqué”, deflagrada em 2019, também apurou um esquema de evasão de divisas com a utilização de empresas que falsificavam e repetiam documentação para enviar dinheiro para o exterior, em uma atuação semelhante à dos investigados na Operação “Arcano”.
Nesta primeira etapa, a Justiça Federal decretou o sequestro de dezenas de imóveis avaliados em cerca de R$ 40 milhões no Espírito Santo.