Com a saída do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) da disputa presidencial, as negociações na terceira via para a indicação do vice em uma eventual candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) se intensificaram.
O entorno da emedebista também espera uma definição sobre a vaga, que diz ser “100% do PSDB”. O presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, deixou a possibilidade aberta para Doria, que a aliados nega qualquer interesse. Depois dele, o nome que desponta como favorito é o do senador Tasso Jereissati (CE). Um dos maiores defensores da candidatura da emedebista no PSDB, Tasso é visto com bons olhos pela campanha da senadora, em especial por sua interlocução com empresários e influência política no Nordeste, onde foi governador do Ceará. O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite é tido como o “vice dos sonhos” de Tebet, mas tanto a campanha da emedebista quanto a cúpula tucana consideram pouco provável uma composição com ele.
Outra possibilidade distante é atrair Luciano Bivar, pré-candidato a presidente do União Brasil, para a chapa. O partido de Bivar, no entanto, ainda descarta retirar a pré-campanha dele e caminha para formar uma chapa puro-sangue com a senadora Soraya Thronicke (MS) como vice.
A saída de Doria da disputa presidencial não foi suficiente para unir o partido, e a prova disso foi o adiamento da reunião da Executiva. No plano apresentado por Araújo, o encontro serviria para dar aval à escolha de Tebet Uma ala formada pela “velha guarda” do PSDB, contudo, é contra apoiar Tebet. A crítica ficou explícita nas palavras do pré-candidato ao governo de Minas e ex-coordenador das prévias Marcus Pestana (PSDB-MG), que classificou a possibilidade de aliança com o MDB como “um caminho que vai levar o PSDB à morte”. Ao GLOBO, ele afirmou que a sua nota “surtiu” efeito.
— Tanto que a reunião foi adiada — disse ele.
O presidente do Cidadania, que também faz parte da coligação em discussão, Roberto Freire expressou surpresa ao GLOBO ao ser informado do adiamento.
Fonte: CartaCapital