Edson Arantes do Nascimento, o ‘Rei Pelé’ morreu nesta quinta-feira (29) aos 82 anos na cidade de São Paulo. Mineiro de Três Corações, o maior jogador brasileiro da história, estava internado no Hospital Albert Einstein na capital paulista. Ele morreu por complicações do câncer no colón.
O atacante que fez história no Santos e na Seleção Brasileira tratava um câncer no cólon desde setembro de 2021. A doença havia se espalhado para o pulmão e fígado. Em 2022, Pelé teve covid-19 no mês de novembro e foi internado no hospital.
Recentemente, nos jogos do Brasil na Copa do Mundo do Catar, diversas homenagens e mensagens de apoio foram levantadas para Pelé. Na arquibancada, torcedores abriram bandeirão antes das partidas e ao minuto 10 com a foto de Pelé. Em campo, os jogadores homenagearam o Rei com faixa após a classificação diante da Coreia do Sul nas oitavas de final no Estádio 974, em Doha.
Na ocasião, o atual camisa 10 da Seleção Brasileira, Neymar, disse: “É difícil falar sobre o momento o qual Pelé está passando, mas eu desejo todas as melhores coisas para ele. Espero que fique bem de saúde o mais rápido possível e que ele possa pelo menos ser confortado com a vitória de hoje e com a faixa que dedicamos a ele no final”.
Carreira – “Era um moleque negro, que brilhava nos campos tão pobres lá de Três Corações, foi contratado para jogar no time do Santos e convocado para Seleção”. Foi assim que Guillermo Rios e Eduardo Jose Queiroz De Oliveira escreveram um trecho da música ‘Pelé’. É um resumo da história que começou no dia 23 de outubro de 1940 na cidade localizada no sul de Minas Gerais.
Filho do jogador João Ramos do Nascimento e de Celeste Arantes, seu nome foi uma homenagem ao criador da lâmpada, Thomas Edison. O pai de Pelé, o Seu Dondinho, era fã do estadunidense. Antes de ir para o Estado de São Paulo, como cita a música, ele vivia na pobreza.
O apelido Pelé veio na época de escola e se deriva de um jogador do Vasco da Gama de São Lourenço (também no interior de Minas). O Rei de Futebol era fã do goleiro da equipe, Bilé. No entanto, Edson falava o nome de forma errada, não aceitava de início o nome e brigou com um colega na época.
Em entrevista, ele chegou a explicar: “Meu nome verdadeiro é Edson. Eu não inventei Pelé. Eu não queria esse nome. Pelé soa infantil em português. Edson é mais como Thomas Edison, o homem que inventou a lâmpada”.
O primeiro time de Pelé quando ainda era criança foi o Sete de Setembro, na cidade de Bauru, interior de São Paulo. Depois, ele foi para o Ameriquinha e aos 13 anos, foi para o Bauru Atlético Clube. Ele já se destacava e o Baquinho, como era conhecido o clube, chegou a ser convidado para um jogo da segunda divisão contra o time infantojuvenil do São Paulo. Pelé fez cinco dos 12 gols da equipe.
A equipe se desfez e virou um time de futsal chamado Radium. Em 1956, ele teve a primeira oportunidade de ir para o Bangu, do Rio de Janeiro. A mãe dele, Celeste, não deixou porque não queria a ida para uma cidade grande. Entre recusas e novas oportunidades, ele foi ao Santos no mesmo ano.
O primeiro contrato profissional foi no alvinegro em junho de 1956. Ali, ele escreveu uma das maiores histórias de um jogador com um clube. No Santos, ele conseguiu ir para a Seleção de Vicente Feola, campeã na Suécia dois anos mais tarde.
Com a equipe paulista, foram 1.116 jogos e 1.091 gols em 18 anos de trajetória. O Santos de Pelé foi uma das equipes mais vitoriosas do Brasil. Foram seis Campeonatos Brasileiros, duas Libertadores, duas Copas Intercontinentais e dez Campeonatos Paulista entre os principais títulos.
Além disso, o time fez diversas excursões pelo mundo. Entre elas, um jogo na Nigéria que parou a Guerra da Biafra (conflito civil) em 1967 e um amistoso no Estádio Nacional de Santiago contra a Seleção Chilena em 1973 em meio à Guerra Fria.