Partiu do próprio general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, o pedido de uma representação da Advocacia-Geral da União (AGU) para que ele possa ficar calado e não responder na CPI da Covid às perguntas que possam prejudicá-lo no futuro.
A expectativa é que a representação ao Supremo Tribunal Federal (STF) seja apresentada até o final desta semana.
O Palácio do Planalto avalizou a estratégia de apresentar um habeas corpus ao STF. A esperança do governo é evitar que Pazuello se complique em seu depoimento, expondo o presidente Jair Bolsonaro.
Há o reconhecimento de integrantes da tropa de choque governista de que uma fala de Pazuello como testemunha, onde ele será obrigado a responder às perguntas, pode complicar ainda mais o governo.
Pelo histórico de Pazuello em convocações anteriores, o temor é que ele repita na CPI uma fala confusa e contraditória que possa expor ainda mais as fragilidades da gestão Bolsonaro.
Isso ficaria mais evidente depois dos depoimentos prestados pelos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além da fala do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, almirante Barra Torres.
Quando estava no comando da Saúde, Pazuello era blindado e tinha o aval para evitar entrevistas, para não correr o risco de questionamentos que evidenciassem as ações falhas de planejamento da pasta para o enfrentamento da pandemia de Covid.
Há consenso entre articuladores políticos do governo do potencial de estrago do ex-ministro com desempenho sofrível na CPI.
Fonte: G1